quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Qualquer Frase Solta...



Faço de ti uma viva poesia
que mesmo sem rima me vira alegria.
Se fundir nós dois é desejo egoísta,
bêbado te tomo, o primeiro gole do dia...

Platônica! ... Tive e tenho várias assim,
que longe ou perto desvendam um mundo em mim...
E no baú, que com cuidado eu escondo,
se esconde a jóia de ser poeta sem dono...

E qual seu tesouro? Muita prata e ouro?
O rumo da vida ou a desilusão?
O meu? Foi te encontrar enquanto perdidos
e nos traçar: Versos Dodecassílabos...









domingo, 11 de novembro de 2012

Quando Entra o Verão...


“Solta as unhas do meu coração
que ele esta apressado...
E desanda a bater desvairado
quando entra o verão...”



Querida Elise...

    Saiba que eu vou parar de escrever essas coisas de clima pesado como aconteceu nas ultimas cartas. Sei La... Parecem sempre uma queixa, uma coisa escura e monótona. Te mostro daqui que larguei o que antes era problema e transformei em platonismo. Não só dos amores, mas também das coisas poemisadas. Lembro, em uma das cartas que te enviei, ter tratado desse tema, mas superficialmente...

    E não é que será diferente agora, mas só queria dizer que os amores platônicos, quando deixam de ser (no sentido literal), viram sonhos. E que no momento não sei lhe dizer se é bom ou ruim. Saiba que é por agora, nesses meses dourados, insanos dezembros e finais de novembros, que tudo começa. Tu sabes que eu gosto de frio, mas o verão é mais bonito com toda a certeza e com todas as cores. É nesse exato momento que os amores platônicos “dão as caras.”

    Acho tudo isso empolgante, divertido e sublime. O único problema é que eles normalmente estão muito perto e ao mesmo tempo muito longe. Se dois se entrelaçam... Pronto... Como eu disse antes, viram sonhos. Se estes se olham e se disfarçam... Nem adianta, nem mesmo se um dos dois quiser... Já era... Não viram sonhos... Viram qualquer coisa cinza rodando por aí...

    E o ano, assim como esta carta, já esta acabando mas ainda há tempo de se entrelaçar.  Que tu venhas para tomar um lugar que já é teu, mas que, por enquanto, está ocupado por Cecílias, Sofias e Luizas... O medo do seu medo me dá medo e é por isso que eu não saio do lugar.
Mas sem desespero... Nos vemos quando o verão chegar...
       



domingo, 28 de outubro de 2012

Das Cenas Que Não Vivemos...



    Elise...
    Leia isso imaginando minha cara de sério. E não ria, até eu tenho caras sérias. Um bobo sério. O que está escrito é exatamente o que você vai pensar e apesar de parecer absurdo é exatamente isso.
  
   
Os últimos momentos que passamos juntos, apesar de ruins, foram apenas um sinal. Como aqueles usados nos filmes antigos para indicar a hora de mudar o projetor. Aproveitei essa chance para me projetar de outra forma, uma que você fosse gostar mais. E assim fiz, mas não estamos juntos. Estamos ainda na pausa de trocar os rolos do filme. Pausa que preciso esperar, talvez dois anos ou mais. Mas não me desespero como antes (ou tento não fazê-lo). O que são alguns anos comparados ao para sempre? Pode parecer brega (e eu acho que é mesmo), mas já é tarde e não consegui achar melhores expressões.
   
   
Conversas com o nosso colega me fazem animar, mas não acho isso tão bom, pois aparece o perigo de cair de novo em desespero. Além do mais ele gosta de agradar. Mas apesar disso, torço com todas as forças pra que ele esteja certo e que possamos continuar a exibir nosso filme, com novos e velhos personagens, para espectadores que ficaram e até mesmo para os que já saíram da sala. Pode parece ridículo a essa altura do campeonato (e é mesmo), mas é a pura verdade.
    
    Não vou chorar, você sabe que eu não choro. Não porque eu não quero, mas porque eu não consigo. Bem que eu já quis pra te provar que me importo, mas eu não sei chorar. Falta agora você parar de encenar novelas para que possamos continuar a escrever nosso roteiro. Deixe os dublês de fora e vamos continuar com nossas cenas, às vezes de brigas, às vezes belas.
    
    Enquanto espero aquela pausa que mencionei antes passar, vou regando minha plantinha pequenina, mas que ainda vive como meu amor...
      Enquanto eu regá-los...
 

 

                        

sábado, 15 de setembro de 2012

Pena...



Pena...
quando te escrevo um poema
perco qualquer liberdade,
mas não temos mais idade
de entrar em mais dilemas...

Canto os versos num papel,
uma canção ou coisa assim.
E em um recibo de aluguel
faço um desenho seu pra mim.

Ilha, sol, dado ou lua...
Na janela dos teus olhos
cenas tristes lá da rua...
 
E falo...
Pena que hoje é simples, feia
com você foi bela pluma...