segunda-feira, 23 de abril de 2012

Nossos labirintos...


     Recebi uma carta de Elise numa quinta-feira à tarde. Já era noite quando comecei a escrever para respondê-la. O céu não tinha nuvens e havia uma lua gigante lá fora.
    
   “ Querida Elise....
já faz tanto tempo que não nos falamos. Acho que andamos muito ocupados em nós mesmos.  Ainda sou o mesmo confuso de sempre, mas hoje sou eu quem vai lhe dar algum conforto (ou não).   
     Te digo que a vida é como se fosse um gigantesco labirinto, com vários corredores e paredes muito altas, tipo o céu. Dessa forma podemos ver o teto, mas não alcançá-lo enquanto estivermos presos em seus caminhos. Ao longo dos corredores existem varias portas, arrisco dizer que são infinitas, mas estas possuem regras. A principal, minha querida, é que se você fechá-las elas se trancarão e será quase impossível abri-las de novo. Por vezes isso pode ser bom, mas pra maioria delas não...
     Digo a você meu bem para que nunca tranque nenhuma delas. Se você abriu alguma, entrou e se decepcionou, não a feche. Ande por aí, entre por outras, corra como louca pelos corredores, mas mantenha-as abertas. Pois os corredores desse enorme labirinto podem mudar de lugar. Trocam suas salas, mas não suas portas. Portas antigas podem guardar novos tesouros. Pode ser que um dia as coisas mudem de lugar, e ao entrar de novo por alguma porta aberta anteriormente você encontre uma coisa boa, nova ou alguma coisa antiga com cara de nova. O labirinto pode parecer aleatório, mas se suas portas continuarem abertas, você acabará chegando ao lugar certo
.”
    
     Enviei a carta na manhã seguinte e ainda não obtive nenhuma resposta. Mas uma coisa é certa: As portas do meu labirinto continuam abertas...