domingo, 11 de novembro de 2012

Quando Entra o Verão...


“Solta as unhas do meu coração
que ele esta apressado...
E desanda a bater desvairado
quando entra o verão...”



Querida Elise...

    Saiba que eu vou parar de escrever essas coisas de clima pesado como aconteceu nas ultimas cartas. Sei La... Parecem sempre uma queixa, uma coisa escura e monótona. Te mostro daqui que larguei o que antes era problema e transformei em platonismo. Não só dos amores, mas também das coisas poemisadas. Lembro, em uma das cartas que te enviei, ter tratado desse tema, mas superficialmente...

    E não é que será diferente agora, mas só queria dizer que os amores platônicos, quando deixam de ser (no sentido literal), viram sonhos. E que no momento não sei lhe dizer se é bom ou ruim. Saiba que é por agora, nesses meses dourados, insanos dezembros e finais de novembros, que tudo começa. Tu sabes que eu gosto de frio, mas o verão é mais bonito com toda a certeza e com todas as cores. É nesse exato momento que os amores platônicos “dão as caras.”

    Acho tudo isso empolgante, divertido e sublime. O único problema é que eles normalmente estão muito perto e ao mesmo tempo muito longe. Se dois se entrelaçam... Pronto... Como eu disse antes, viram sonhos. Se estes se olham e se disfarçam... Nem adianta, nem mesmo se um dos dois quiser... Já era... Não viram sonhos... Viram qualquer coisa cinza rodando por aí...

    E o ano, assim como esta carta, já esta acabando mas ainda há tempo de se entrelaçar.  Que tu venhas para tomar um lugar que já é teu, mas que, por enquanto, está ocupado por Cecílias, Sofias e Luizas... O medo do seu medo me dá medo e é por isso que eu não saio do lugar.
Mas sem desespero... Nos vemos quando o verão chegar...